in ,

Moradores de Nova Odessa voltam a reclamar da longa espera para consultas e exames 18666d

“Pra quem não depende do SUS, é lindo ir brincar no parque. Espero um ultrassom de rins há 10 meses. Os retornos nas consultas demoram mais de 4 meses. Lamentável essa istração”, desabafou um morador 3f6h4b

A crise na saúde pública de Nova Odessa ganhou novos contornos com manifestações de moradores nas redes sociais. As reclamações variam desde a ausência de medicamentos e profissionais até a demora excessiva em consultas e exames.

“Pra quem não depende do SUS, é lindo ir brincar no parque. Espero um ultrassom de rins há 10 meses. Os retornos nas consultas demoram mais de 4 meses. Lamentável essa istração”, desabafou um morador nas redes sociais. Outra moradora criticou: “Parece que não se importam nem um pouco com os que precisam deste bendito SUS. Falta tudo: médicos, remédios e outras coisas.”

O cenário de abandono se repete em diferentes bairros e força muitos que dependem do SUS a buscar atendimento fora da cidade. “Muito triste ver essa situação. Eu mesmo fui obrigado a cuidar da minha saúde em São Paulo Capital. Aqui não funciona mais nada”, afirmou um cidadão.
A indignação é reforçada por quem espera há quase um ano por uma simples consulta com dermatologista: “A saúde não deveria estar em primeiro lugar? Pra onde vai o dinheiro que pagamos em impostos?”.

A sensação de descaso é piorada pela percepção de prioridades equivocadas na gestão pública. “Não esquenta com médico, ele vai reformar o zoológico”, ironizou outro morador, revoltado com o investimento em áreas que, segundo ele, não deveriam estar acima da saúde pública.

Além disso, há denúncias de que o hospital da cidade estaria atendendo pacientes de outras localidades, o que sobrecarrega ainda mais o já fragilizado sistema de saúde local: “Muitas pessoas de outras cidades sendo atendidas no hospital”, alertou uma moradora.

As críticas dos moradores encontram respaldo em uma recente auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), que revelou um panorama alarmante nas unidades de saúde do município. Foram constatadas falhas graves como a ausência de licenças obrigatórias, baixa cobertura vacinal e restrições no o a cirurgias, consultas de especialidades e exames.

Para o TCE, esses problemas representam uma “afronta ao direito social da saúde garantido pela Constituição Federal”.

A situação estrutural das unidades de atendimento é crítica. As unidades de saúde de Nova Odessa não possuem licença da Vigilância Sanitária e apenas três contam com Auto de Vistoria ou Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros, documento para garantir as condições mínimas de segurança contra incêndio, segundo o Tribunal de Contas.

O secretário de Saúde de Nova Odessa, Dr. Lucas Bento da Silva Isepon, está sendo investigado pelo Ministério Público por suspeitas de irregularidades em sua atuação como servidor público municipal. A denúncia, feita por um munícipe, motivou a instauração de um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil que apura acúmulo indevido de cargos, remuneração acima do teto constitucional e falta de transparência nos pagamentos de plantões médicos.

Segundo a denúncia, o médico exercia simultaneamente um cargo efetivo e uma função gratificada como dirigente hospitalar no Pronto-Socorro. Teria realizado, em média, 25 plantões mensais de 12 horas, o que levanta suspeitas sobre a viabilidade dessa carga horária e a legalidade dos pagamentos. Apesar de tentativas de esclarecimento, os documentos apresentados pela Secretaria de Saúde não convenceram o MP, que determinou novas diligências e solicitou informações oficiais da Prefeitura.